QUERO SER COMO AQUELE PASTORZINHO

Então disse Davi a Saul: Teu servo apascentava as ovelhas de seu pai; e quando vinha um leão e um urso, e tomava uma ovelha do rebanho, eu saía após ele e o feria, e livrava-a da sua boca; e, quando ele se levantava contra mim, lançava-lhe mão da barba, e o feria e o matava. I Samuel 17:34-35

Quando começo a ver as histórias dos personagens bíblicos gosto sempre de olhar para a de Davi, não aquele Davi institucionalizado e as vezes até mesmo arrogante, mas gosto muito daquele Davi pastor de ovelhas que sentava sobre a relva e tocava sua harpa entoando lindos louvores a Deus.
O Davi de atitudes simples e corajosas, que caminhava entre as ovelhas e contava uma a uma chamando-as pelo nome, cuidando as suas feridas e as levando para tomar água.
Este Davi anterior a Golias e ao reinado, que era humilde e destemido o qual chamou a atenção de Deus para si por seu coração tão humano. Não o que assassinou Urias.
Davizinho, como lhe chamavam por ser ainda aquele pequeno jovenzinho, contou certa vez que um dia estava apascentando suas ovelhas quando um leão tentou arrebatar uma delas. Ele imediatamente feriu o leão e tomou a ovelha de sua boca.
Fico pensando no raciocínio de Davi naquela hora, o leão poderia lhe matar mas também não poderia deixar a ovelha morrer, ele então optou em fazer com o risco de sua própria vida aquilo para o qual foi designado.
Algumas lições podemos tomar com este menino:
I – Davi valorizava toda vida
Hoje em dia vemos pessoas morrendo a todo instante e por motivos variados, então chega um hora em nosso coração em que vidas passam ser estatística.
Morreram 785 este ano mas estamos indo bem porque no ano passado foram 1580. Uma visão que é guiada pela boa média.
Davi gastou todas as suas forças para salvar uma ovelha. Talvez alguém vendo a situação aconselhasse a Davi: “Ei cara, ovelhas são atacadas por leões e lobos todos os dias, então pare de bancar o herói porque assim vai acabar morrendo. Amanhã virá um outro leão e então não haverá jeito, a vida é assim mesmo”
Davi sabia que não poderia resolver todos os problemas da vida, não resolveria o problema de todos os rebanhos, nem de todas as ovelhas, mas aquela ovelha não morreria enquanto ele pudesse fazer alguma coisa. Ele se entregou de coração em defesa daquela ovelha sem pensar se salvar aquele animal valeria a pena ou não.
II – Davi não se omitia
Ouvimos constantemente, “cada um com seus problemas” ou, “a responsabilidade não é minha” e se a responsabilidade não é minha de fato e de direito, eu não preciso mover um dedo para fazer alguma coisa. A lógica é que se não é minha culpa que a desgraça está acontecendo eu não tenho nada a ver com isto.
Não gastamos nosso tempo pensando em problemas que não são nossos, se crianças estão em orfanatos, se meu vizinho agride a esposa e os filhos, se existem pessoas morrendo de fome, eu não tenho nada a ver com isto, pago meus impostos e trabalho duro a semana inteira. As autoridades e políticos que se virem com todo este problema.
Davi sabia que existem circunstâncias que devemos fazer muito mais do que nos é exigido, precisamos nos doar muito mais do que esperam.
II – Davi amava incondicionalmente
As vezes temos a prática de escolher a quem amamos e a quem vale a pena doar nossos esforços.
Davi sabia que naquele momento teria que fazer alguma coisa e não ficou pensando se valeria a pena, se aquela ovelha já lhe dera muito trabalho ou não, se ela não era tão gorda assim ou se sua lã não era lá aquelas coisas, ele apenas a amou.
Ele não agiu com amor porque aquela ovelha lhe era a melhor e mais querida, mas porque apesar de qualquer coisa ele a decidiu amar com sua vida.
Temos a péssimo costume de contabilizar os prós e contras para amar aquela pessoa ou não, se vale a pena ajuda-la ou gastar nosso tempo com ela.
Quando olho para aquele menino, lutando com todas as suas forças por uma simples ovelha, sinto o desejo de ser como aquele pastorzinho.

Armando Júnior e Adriana