QUEM SOMOS

Minha foto
Armando, casado, cristão, formado em Administração e Teologia, Pastor, e amante de livros e da vida. Adriana, casada, cristã, formada em Pedagodia, Pós-Graduada, gosta de livros e de ensinar.

segunda-feira, dezembro 03, 2007

PORQUE COMEMORO O NATAL




Nesta época de Natal, começamos a ouvir muitas coisas sobre a autenticidade desta data, se devemos como cristãos comemorá-la e usar seus símbolos tais como a árvore de Natal ou não.
Quero responder a isto de forma simples e direta, pois temos visto que muitos estão usando de uma falsa sabedoria distorcendo as verdades das tradições da Igreja de Cristo “seguindo fábulas artificialmente compostas” II Ped. 1:16.
Digo isto não do Natal e seus símbolos, mas daquelas que para são inventadas como uma nova moda nas igrejas, pois querendo dar um ar de santidade e espiritualidade, inventam coisas para dividir a igreja e para disseminar uma paranóia cristã de perseguição. Uma espécie de “caça as bruxas” evangélico que muitos até gostam.
Nossa tradição protestante já perdeu muito por causa destes “líderes das novas revelações”, e com isto estamos nos empobrecendo de muitos “meios de graça” como nos diria João Wesley. Não bastasse isto, estão distorcendo e mudando os nossos símbolos. Sai a árvore de Natal e entra o sal grosso, as 7 semanas de corrente, os jejuns de Daniel, as orações de Jabez e mais um tanto de coisas que viram moda no meio evangélico. Já estão até fazendo a Santa Ceia pela televisão, você compra os elementos e participa da Ceia na comodidade de seu sofá.
Precisamos tomar cuidado com o que estamos deixando de nossa tradição e mais ainda, com o que temos incluído nela.
Na tentativa de colaborar de alguma forma para dirimir algumas questões sobre o Natal, gostaria de considera:
I – Quanto a data do Natal todos nós sabemos que Jesus não nasceu no dia 25 de dezembro, pois ninguém teria o registro deste fato histórico. Nos primeiros séculos o nascimento de Cristo fora comemorado em várias datas, ficando a data de 25 de dezembro estabelecida somente no século IV.
Não comemorar o Natal porque não sabemos o exato dia do nascimento de Cristo é empobrecer o cristianismo por um capricho tolo. Quem é que já não conheceu alguém cujos pais não sabiam o dia que nasceram os filhos. Os pais não registravam a tempo e depois colocavam uma outra data qualquer como dia de nascimento. Ninguém deixa de comemorar o aniversário por não saber exatamente o dia que nasceu.
O fato de o dia 25 de dezembro ter sido usado para a comemoração do deus Mitra – Sol - não quer dizer que este dia esteja condenado ao paganismo, pois o dia foi obra de nosso Deus e o fazer profano é dar mais poder ao diabo do que a Deus. Jesus no diz, “E disse-lhes: O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado. Assim o Filho do homem até do sábado é Senhor.” Mc. 2:27-28
Jesus não fez separação de dia consagrado ou profano, pois ele diz que é Senhor de todos os dias, então o dia 25 de Dezembro é consagrado a Deus e não a outro.
Se analisar melhor esta questão de datas veremos, por exemplo, que a Páscoa comemorada pelos judeus é diferente da Páscoa comemorada pelos cristãos. É o mesmo dia e em algumas igrejas os símbolos - ervas amargas, cordeiro, etc - são iguais, porém se você perguntar para um judeu e um cristão o que significa a Páscoa perceberá respostas muito diferentes. Para o judeu nossa Páscoa é pagã e para o cristão a do judeu não faz mas sentido.
O que faz a diferença é o sentido. O dia 25 de Dezembro não é mais para comemorações pagãs, pois o sentido deste dia mudou. Esta é uma demonstração clara do texto de Rom. 12:2 “E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.”
II – A árvore de Natal também é atacada por muitos que dizem que árvores sempre foram usadas para práticas pagãs e profanas.
Para a negação da árvore de Natal muitos utilizam textos bíblicos como o de Jeremias 10:2-3 e outros tantos para dizer que a árvore de Natal tem a ver com símbolos pagãos.
Porém textos como os de Isaias 44:23 e Isaias 55:12 nos mostram que o faz a diferença é como esta árvore é usada, se para a glória de Deus ou para adoração a outros deuses.
Podemos ver em Rom. 9:21 “Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra?”, que a diferença está em como o vaso é usado. Eles podem ser iguais, mesma forma, cor e material mas como e onde ele é utilizado é que faz toda diferença.
Dizer que algo é profano porque se parece ou lembra aquilo, é um absurdo dos maiores.
Em Apocalipse vemos uma árvore no meio da cidade, ou seja, árvores não são somente símbolo de idolatria e paganismo, mas também de vida, de renovo, de frutos. Dizer que a Árvore de Natal é idolatria é no mínimo ignorância, pois a Bíblia em Romanos 1:20 diz que a criação reflete a glória de Deus, inclusive as árvores.
Ademais, a árvore de Natal historicamente foi idealizada por Martinho Lutero (1483-1546), autor da Reforma protestante do século XVI. Diz a história que ele montou um pinheiro, árvore típica de clima frio e o enfeitou. Ele colocou então enfeites para lembrar a noite de Natal e a partir daí estes enfeites foram sendo modificados e aprimorados.
III – Por último, nós também sabemos que muitas das tradições da igreja são tomadas de outras tradições e até mesmo do paganismo por assim dizer. Símbolos da igreja foram tomados das tradições babilônicas que foram assimiladas pelo judaísmo e até mesmo dos essênios.
Muitos pastores e líderes não permitem atabaques em suas igrejas porque dizer ser um instrumento do Candomblé, porém na África este instrumento é utilizado amplamente nas igrejas sem esta conotação.
Várias músicas que temos em nossos hinários os quais achamos muito ungidos e abençoados, possuem melodia de músicas tocadas em bordéis. Mas não vamos nem tocar neste assunto por porque senão estes “caçadores de chifres em cabeça de cavalo” vão querer começar uma fogueira santa de hinários.
O batismo por exemplo, era uma prática conhecida dos essênios porém foi apropriado ao cristianismo tanto que o próprio Jesus se batizou. O fato é que não existe uma cultura puramente cristã, mas a nossa prática de fé é um somatório de experiências que vamos construindo mediante a fé em Cristo Jesus, através dos óculos de nossa cultura.
Inventam-se coisas para dividir o corpo, trazendo questões sem profundidade e relevância somente para polemizar.
Comemoremos o Natal de Cristo e que possamos aproveitar esta data para unir ainda mais o corpo de Cristo e não dividi-lo.
Sempre em Cristo.


Armando Júnior, Adriana e Amanda.