QUEM SOMOS

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Armando, casado, cristão, formado em Administração e Teologia, Pastor, e amante de livros e da vida. Adriana, casada, cristã, formada em Pedagodia, Pós-Graduada, gosta de livros e de ensinar.

domingo, março 26, 2006

FRASE

"De modo que nenhum homem peca porque não tem a graça, mas porque não usa a graça que tem."
João Wesley

domingo, março 19, 2006

DÚVIDA QUE NOS LEVA A CERTEZA
“Disseram-lhe, pois, os outros discípulos: Vimos o Senhor. Mas ele disse-lhes: Se eu não vir o sinal dos cravos em suas mãos, e não puser o dedo no lugar dos cravos, e não puser a minha mão no seu lado, de maneira nenhuma o crerei.” (João 20:25)
Algo que me chama a atenção na filosofia, é a chamada maiêutica socrática. Sócrates entendia que o aprendizado se dava em meio as dúvidas levantadas pela própria pessoa, por isto, ele não respondia as perguntas objetivamente, sempre respondia um pergunta com uma outra pergunta, fazendo com que a própria pessoa respondesse a seus questionamentos.
A dúvida sempre foi vista como fonte de sabedoria, reforçada pela celebre frase de Sócrates:” Só sei que nada sei.”
Creio que uma das grandes dificuldades da igreja é aceitar a possibilidade da dúvida, do “não sei”, do ponto de interrogação no meio do coração.
Um cristão que demonstra alguma dúvida ou questionamento quanto a sua fé, geralmente não é visto com bons olhos, e com certeza será taxado como um “fraco na fé”.
Não posso olhar para Tomé, senão como um cristão verdadeiro, e extremamente corajoso, pois naquele momento, foi coerente consigo mesmo não mascarando seus sentimentos.
Tomé, estava em crise, talvez com questionamentos mil em sua alma, pois acreditara até o fim no Messias, e agora toda a suas esperanças tinham sido apagadas em uma cruz.
A Bíblia não fala porque Tomé não estava com os discípulos quando o Senhor apareceu, “Ora, Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus.”(João 20:24), porém creio que estivesse retirado para colocar seus sentimentos em ordem.
E quando os discípulos falaram que viram Jesus, Tomé foi verdadeiro dizendo que não tinha forças para crer naquilo que ouvira, “Se eu não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, e ali não puser o dedo, e não puser a mão no seu lado, de modo algum acreditarei.” (20:25), seu coração tinha esta dúvida, em sua mente permeava muitas perguntas sem respostas.
Fico pensando na coragem deste homem, em chegar no meio dos discípulos e expor sua dúvida e limitação, sua falta de fé, seu lado humano e limitado.
Como na canção de Guilherme Kerr:
“O que fazer, se o Coração
Não consegue mais crer no que sabe ser verdade,
O que fazer se a Razão
Não consegue entender o porquê da tempestade?”
Creio que muitas vezes nos sentimos como Tomé, no meio dos discípulos, querendo que algo aconteça para nos renovar a fé, porém sem coragem de expor isto no meio da igreja.
O que as pessoas iriam pensar? Eu um líder da igreja, um pastor, um ministro, com estas dúvidas no coração? Isto seria inadmissível. Por isto, muitas vezes, nos calamos e secamos por dentro.
Precisamos entender que a dúvida colocada aos pés do Senhor, é instrumento de cura, de reforço espiritual.
Tenha a coragem de dizer: “Senhor, eu não entendo”, “Senhor, eu não consigo crer”, Senhor, preciso tocar em suas chagas para crer”.
Jesus não permitiu que Tomé ficasse sem resposta, a primeira coisa que fez ao visitar os discípulos foi se dirigir a Tomé e lhe sanar as dúvidas do coração. “E logo disse a Tomé: Põe aqui o dedo e vê as minhas mãos”
Aquele discípulo foi curado e restaurado pelo fato de ter a coragem de enfrentar suas dúvidas e limitações.
Tomé após receber a restauração de seus questionamentos, faz uma linda declaração: “Senhor meu e Deus meu! (Jo 20:28)
Não temos que ter todas as respostas, temos apenas que ter aquele que tem: Jesus!
Sempre em Cristo.
Armando Júnior e Adriana

segunda-feira, março 13, 2006

O VINHO VELHO É EXCELENTE
“E ninguém, tendo bebido o vinho velho, prefere o novo; porque diz: O Velho é excelente.”(Lucas 5:39)
Eu não sou um bom entendedor de vinhos, mas não é preciso ser um bom entendedor para saber que os vinhos mas velhos, são os mais caros e também os melhores. Esta é também a afirmação de Jesus. (Lc 5:39)
É interessante observarmos que das três passagens que constam o mesmo assunto, (Mt. 9:14-17; Mc. 18:18-22 e Lc. 5:33-38), somente Lucas nos traz esta última afirmação de Jesus.
Creio que esta afirmação, não seria algo inesperado em Jesus, pois as suas palavras sempre foram contundentes, e esta como não poderia deixar de ser, parece ter até uma pitada de ironia.
A coisa fica um pouco confusa, pois no texto, Jesus esta orientando que “vinho novo deve ser posto em odres novos”(Lc 5:38), porém logo a seguir Ele mesmo parece confirmar a excelência do vinho velho. Parece estranho, porém, não quando vindo de Jesus.
Sempre ouvimos que precisamos colocar “vinho novo em odres novos”, esta é uma realidade, e aqui Jesus está falando da novidade de sua mensagem – vinho novo -, em relação a toda cultura religiosa que estava sendo perpetuada pela liderança judaica - vinho velho.
É impressionante o jeito verdadeiro e franco de Jesus, pois em nenhum momento, Ele expôs a mensagem das Boas Novas de forma barata e relativa, mas sempre enfatizando a responsabilidade e o preço de seguir esta mensagem.
Jesus parece estar ironicamente, esclarecendo exatamente isto, “E ninguém, tendo bebido o vinho velho”, isto é, judeus que andavam segundo a lei, e com certeza, se extasiavam em sua comodidade litúrgica e religiosa.
Sabemos muito bem que a mudança é algo dolorido, que incomoda, que muitas vezes trás desconforto, pois implica em uma mudança de atitude e de pensamento.
O vinho novo em odres novos, com certeza não é o melhor vinho, mas Jesus não está falando do melhor, do mais gostoso, do mais delicioso, mas está falando do necessário. É necessário ainda que o gosto não seja como queremos, que coloquemos vinho novo em nossos odres novos.
Não é gostoso deixar nossa comodidade, nossa religiosidade domingueira e descomprometida, para um nova posição de comprometimento e trabalho. Servir ao próximo, andar a segunda milha, amar os inimigos, chorar como os que sofrem, perdoar setenta vezes sete; isto não é um vinho muito gostoso de se engolir.
Este é o desafio de Jesus, o de deixar o” vinho velho”, mais gostoso e excelente, e que faz bem a nosso paladar, e que representa nossa comodidade religiosa; ou tomarmos mão do vinho novo, que pode ter uma gosto não muito agradável, mas que com certeza não rebentará nossos odres.
Se você já experimentou o vinho velho e ainda está nele pelo seu doce e agradável sabor, aceite o desafio de Cristo, de mudar o vinho, e sua vida, ainda que não seja o mais gostoso, mas com certeza, será o mais eficaz.
Sempre em Cristo.
Armando Júnior e Adriana